A pedido de Dr. Jean Freire, ALMG homenageia o legado de Mark Gladston e Fernando Mota, músicos de Minas Novas, para a Cultura do Vale do Jequitinhonha 

A solicitação foi feita em decorrência do aniversário de 15 anos do falecimento dos dois artistas, ocorrido em 2006

“Vale do Jequitinhonha

veia que corre paixão. 

Vale que não é miséria. 

É talento, folia e canção.”

O Vale do Jequitinhonha é solo fértil que, irrigado pelo rio de mesmo nome, gerou e gera inúmeras riquezas: artesanato, canto, dança, teatro, poesia. Gente. Mark Gladston. Fernando Mota. 

O cantor, compositor e poeta, Mark Gladston, e o músico, luthier e pesquisador, Fernando Mota, são dois grandes nomes da cultura popular do Vale do Jequitinhonha, que tiveram sua memória e seu legado lembrados nesta terça-feira, 20 de outubro, durante reunião da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). 

A reunião foi solicitada pelo segundo vice-presidente da Casa, deputado Dr. Jean Freire, em decorrência do aniversário de 15 anos do falecimento dos dois artistas. Eles morreram num acidente de carro na BR-116, no auge de suas carreiras, em outubro de 2006. 

O evento contou com a participação de membros das famílias de Mark e Fernando e do querido Rubinho do Vale, mais um grande artista da região. Em sua fala de abertura, Dr. Jean fez questão de ressaltar a importância do legado dos dois. “Homenageando-os, homenageamos todos. Eles deixaram um legado que nos dá energia e força para continuar nossa luta. São talentos que inspiram as novas gerações”, disse. 

Nascidos e criados em Minas Novas, uma das mais antigas cidades do Vale do Jequitinhonha, os dois artistas sempre tiveram contato com o congado, as festas de Nossa Senhora do Rosário, os “causos”, lendas, músicas e os símbolos característicos da região, como o Rio Fanado, que tem um valor histórico e cultural imensurável. 

Verono, como Mark Gladston era conhecido, nasceu em uma família de músicos. Dono de um timbre potente, diferenciado, começou a compor muito cedo. Tião, como Fernando foi carinhosamente apelidado, seguiu a trilha dos sons e das batidas do tambor de língua, instrumento que ele mesmo fabricava. 

Tiago Araújo, que estava presente no momento do acidente e sobreviveu à tragédia, participou da reunião e falou sobre a alegria de ter convivido com os outros dois artistas. “Eu tinha apenas 19 anos na época e, felizmente, pude fazer, junto com Mark e Tião, a coisa que eu mais gosto nessa vida: arte, música. Sou muito grato por tudo. A convivência com os dois foi muito rica de afeto e compartilhamento”, disse. 

O músico Rubinho do Vale, que estava na mesa, enfatizou a grandeza e a beleza das obras deixadas pelos artistas. “Quando a gente saúda esses dois artistas e seu legado, estamos saudando a cultura brasileira e mineira. Eles partiram de forma tão prematura, mas saudamos a vida e agradecemos pelo instrumento, a palavra, a música que nos deixaram”, afirmou. Rubinho também aproveitou a ocasião para falar sobre a importância de que os artistas estejam mais próximos do Poder Legislativo, contribuindo com a elaboração de políticas públicas que visem o fortalecimento da cultura mineira, sobretudo do Vale do Jequitinhonha, que, segundo ele, nem sempre é tratada da devida forma. 

Yani Mabel, irmã de Mark, ressaltou a importância do evento, principalmente no momento em que o setor cultural vem sendo constantemente atacado. “A arte e a cultura significavam muito mais que entretenimento e uma forma de ganhar a vida para Verono e Tião. Eles queriam proporcionar, por meio da arte, um mundo mais justo, mais fraterno e acolhedor. Penso que isso é de extrema importância para o nosso País atualmente. Precisamos da nossa cultura, do nosso artesanato, viola, ciranda, congado, mais do que nunca. O Vale é uma região muito rica e potente”, disse. 

Para Flávia Mota, irmã de Fernando, “os meninos (Mark e Fernando) representavam o amor à Minas Novas, às raízes, ao tambor e a tudo que a cidade representava na vida deles”, disse. Dona Vani, tia de Tião, falou, emocionada, sobre a relação que tinha com o sobrinho. “Tião foi um presente de Deus, uma luz que brilhava em minha casa, companheiro de todas as horas. Ele me acompanhava o tempo todo dentro de casa. Tião era bagunceiro, mas tinha um coração como nunca conheci. Era único”, afirmou. 

A audiência foi marcada por muita música ao vivo, poesia e outros depoimentos emocionados. Ao final da reunião, os familiares receberam uma lembrança das mãos do deputado Dr. Jean Freire, para marcar a realização do evento e os presentes entoaram a canção “Jequitivale”, eternizada na voz de Verono, como forma de homenagear os músicos. Além dos já citados, outros familiares dos artistas também estiveram presentes, como José Pinheiro Torres Neto, representando a família de Fernando Mota Tião; Manoel Mendes Jardim, que compôs a mesa, representando a família de Mark Gladston, além da mãe do artista, que estava na plateia. 

Assessoria de Comunicação com informações da Assembleia

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